O clima está tão agradável hoje. Eu sempre sinto falta de sol, mas confesso que essa garoa tem muito de poesia. Olhar da janela aquela chuva fina, sempre, sempre me leva a pensar nas coisas. Como se eu precisasse de alguma justificativa para me render aos meus delírios.
Não sei explicar se é o signo, o significado do meu nome, o instante em que eu nasci, os livros que eu li, o gosto por estar sempre com algum som, o lugar que cresci, a forma que meu cérebro funciona, o modo como meu corpo pensa, o fato de tudo ao redor me tocar, ou a combinação de todos esses fatores... mas, céus! Como minha cabeça delira. Visita e revisita mil lugares estando no mesmo lugar. E conhece e desconhece mil pessoas, sem contato algum.
E então é por isso, que mesmo com garoa sou tomada de um meio que fervor de ansiedade. Aquela agonia que as vezes, em sua dose certa, é boa, porque dá aquele frio do impulso.
Mas juro, juro mesmo, estou tentando não redecorar as expectativas. Principalmente, porque se você se apega a elas, estas tendem a virar frustração.
Nada, nunca é como a gente espera. E as vezes isso realmente é maravilhoso.

Nina

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